O que motivou a vossa participação no evento “Update Course of Peritoneal Dialysis”?
– A Diálise Peritoneal tornou-se uma paixão desde o período do meu estágio nesta valência da Nefrologia, foi como encontrar uma pérola escondida. Por isso, saber cada vez mais da DP é aprender e ultrapassar as barreiras. O curso trouxe um acréscimo científico tendo em conta o ensino e partilha de experiência de vários centros como CHUPORTO, CHVNG/E, CH de Évora e Hospital Santa Cruz Lisboa etc…

A Dra. Josefa pode falar um pouco sobre a “Diálise Peritoneal” e a sua importância no tratamento da “Insuficiência Renal”.
– Os pacientes com insuficiência renal crónica terminal devem ser esclarecidos de forma ética e íntegra sobre as diferentes formas de tratamento de substituição da função renal, para que possa colaborar de maneira mais simples com a equipe terapêutica das várias áreas de eleição das técnicas dialíticas como: Hemodiálise e a Diálise peritoneal. Outras opções que se podem considerar são o transplante renal e o tratamento conservador.
A Diálise peritoneal é um tipo de TSFR ótima para pacientes jovens e crianças, com função renal residual boa e autónomos. É uma técnica depurativa simples, utiliza-se solução de dialisante na cavidade peritoneal através de um cateter que é colocado por um cirurgião ou um nefrologista treinado.  A DP é importante por dar melhor qualidade de vida ao paciente comparando com a hemodiálise. É realizada pelo próprio doente ou com Help no domicílio após devido ensino, podendo alcançar pacientes que vivem distantes dos centros de tratamento. É importante também por reduzir a frequência nos centros hospitalares ou clínicas privadas ganhando mais tempo para família e outras atividades.  

Qual o contributo da Pluribus II Internacional na evolução da Especialidade de Nefrologia em Angola?
– A Pluribus II Internacional foi um marca passo na história da Nefrologia em Angola. No ano de 2000 foi inaugurado o primeiro centro de Hemodiálise no Hospital Américo Boa Vida. Desde então despertou o interesse pela especialidade, pese embora ainda em números reduzidos e no geral a população angolana passou a ter uma segunda oportunidade de vida com o tratamento dialítico, devolvendo o amor e a esperança dos pacientes e das famílias.