Entrevista com a Enfermeira Laurinda Chipepe

A Formação

O Instituto Angolano do Rim, organizou na Clínica de Hemodiálise do Lobito, no dia 17 de setembro de 2022, o “Curso de Acessos Vasculares para Hemodiálise“, que contou com a participação de de médicos, enfermeiros e outros profissionais de Saúde, com o apoio da Pluribus II Internacional.

Para partilhar o evento, realizámos esta entrevista com a Enfermeira Laurinda Chipepe.

Qual a sua avaliação global do Curso de “Acessos Vasculares”?
– De modo geral a avaliação do curso de acesso vascular é positiva, pois permitiu aprimorar os nossos conhecimentos e nos deu uma visão mais ampla sobre a identificação, controle e o reconhecimento precoce dos sinais de riscos e de possíveis complicações relacionadas aos acessos vasculares, contribuiu ainda no conhecimento adequado das medidas preventivas e consequentemente as intervenções adotadas pelos profissionais que lidam diretamente com os pacientes, resultando em menor taxa de complicações e aumento de taxa de funcionamento do acesso dos pacientes. Portanto, o curso trouxe ganhos de novas experiências, melhorando a nossa prestação de serviço de forma mais adequada e eficaz.

Pluribus - Branco

Formadora e formandos na do Curso de Acessos Vasculares para Hemodiálise

Qual a importância deste curso para os profissionais de Enfermagem e Medicina?
– É de extrema importância a assistência médica e de enfermagem de forma direta, tornando-se imprescindível que o nefrologista e o enfermeiro tenham uma visão abrangente da situação do acesso vascular do paciente a fim de proporcionar a melhor intervenção para cada caso, Diagnosticar, evitar e prontamente tratar complicações que tanto impactam na vida desses pacientes. Acreditamos que esta equipe assume um importante papel neste processo de gerenciar acessos vasculares em pacientes com DRC (prever e prevenir eventuais falências dos acessos vasculares) assim como salvaguardar a vida dos mesmos.

A Enfermeira Laurinda pode falar um pouco sobre os Acessos Vasculares; e a sua importância para a qualidade de vida dos pacientes?
– O acesso vascular para hemodiálise é fundamental para a manutenção do seu tratamento e sua qualidade de vida, visto que é o único meio pela qual o paciente poderá realizar a terapia de substituição renal, pois sem acesso vascular não há diálise. Por tanto é muito importante que a equipe médica e de enfermagem conheçam o acesso ideal para o paciente, e este acesso deve permitir uma abordagem segura e continuada do sistema vascular; Dar fluxos adequados; Permitindo a obtenção da dose prescrita de diálise; Ausência de complicações (tromboses e infecções); Sobrevivência prolongada; Cómoda para o doente; Economicamente eficiente; e Mínimo efeito estético. A FAV é o acesso que se aproxima mais das características: maior sobrevivência, menos complicações, fluxos adequados e maior eficiência.
A sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos dependem da qualidade dos acessos para realização desse tratamento.

A Enfermeira Laurinda também pode falar sobre a importância das experiências práticas adquiridas durante o curso?
– Todas as experiências adquiridas neste curso tal como mencionado no relatório, são muito importantes pois nos servirão como guia na monitorização e manutenção dos acessos vasculares e nos permitir dar uma assistência mais integrada aos nossos utentes.
Ora, estas experiências, deverão ser passadas para os pacientes pois o cuidado do acesso vascular não depende única e exclusivamente dos Profissionais de Saúde, os pacientes têm um envolvimento direto no cuidado e manutenção do seu acesso. Desta feita as intervenções educativas realizadas pelos enfermeiros no cuidado do paciente renal crónico podem favorecer a compreensão da aceitação ao tratamento, melhorando a qualidade dos cuidados realizados com os acessos vasculares e por conseguinte reduzir a morbimortalidade dos pacientes.

No seu ponto de vista, qual o contributo da Pluribus II Internacional na evolução da Especialidade de Nefrologia em Angola?
Acreditamos que a Pluribus internacional tem contribuído de forma muito significativa e impactante na evolução da Nefrologia em Angola, desde os primórdios que tem se mostrado um grande expoente na prestação de serviço em Nefrologia para Angola.

Entrevista com a Enfermeira Laurinda Chipepe, Lobito – 5 de outubro de 2022

Pluribus - Branco (1)

A Formadora Dra. Vanessa Pinto e os seus formandos na Clínica de Hemodiálise do Lobito, em 17 de setembro de 2022